BeerWeek Como conquistar clientes utilizando a tecnologia?

BeerWeek – Como conquistar clientes utilizando a tecnologia?

#3 BeerWeek entrevista - Como conquistar clientes utilizando a tecnologia?

Aliada geralmente com a gestão financeira, a tecnologia já é uma realidade e até uma necessidade para aqueles que buscam empreender em negócios cervejeiros. Mas, para além da gestão, seu uso pode ser potencializado na busca por conquistar clientes.

 

É o que explica Alexandre Flores, Mestre em Computação, CEO e fundador da Beerpass, startup especializada em soluções de autosserviço de chopp para bares, restaurantes e cervejarias.

 

No terceiro dia da BeerWeek, Flores compartilha uma análise do mercado com relação ao uso da tecnologia. Além de compartilhar conhecimento sobre atração e retenção de clientes.

 

Se você busca estratégias de como inovar e ter um bar de sucesso, veja como foi a entrevista logo abaixo:

1. Qual é a sua visão sobre o atual mercado de cervejarias, bares e restaurantes em relação ao uso de tecnologia?

Alexandre Beerpass: Eu acredito que hoje, qualquer um que queira crescer, otimizar a operação ou deixar mais eficiente, tem que usar, no mínimo, algumas automações.

 

Praticamente não dá mais para você ter um estabelecimento sem utilizar sistemas de frente de caixa, por exemplo. Então já é obrigatório você começar com o básico. 

 

Depois, o quanto você vai utilizar da tecnologia vai depender muito do seu projeto, do seu modelo de negócio. Com o próprio autosserviço de chopp é assim. 

 

Aqui, na Beerpass, a gente conversa muito muito sobre a “cultura do autosserviço”, e tem dado resultados muito positivos para os clientes que implementam. 

 

Mas é importante que esteja dentro de um plano de negócio, de uma estratégia de venda.

 

Neste cenário, quanto mais você implementa a tecnologia de forma estratégica, mais retorno e eficiência você terá.

 

Dá pra tocar um restaurante no ‘papel’? Até dá! Mas só se ele for um restaurante ou bar pequeno, com o dono 100% dentro da operação e sem muito giro. Caso contrário você perde o controle, inclusive contábil.

 

Enfim, a tecnologia tem esse potencial de otimizar, diminuir o esforço operacional e viabilizar os negócios cervejeiros.

2. Quais são as principais tendências tecnológicas que você observa no setor de bares e restaurantes atualmente?

Alexandre Beerpass: Eu vejo que o mercado está amadurecendo cada vez mais em termos de tecnologia e automação. Falando em tendências temos, aquelas que são as mais evidentes, como soluções de autosserviço, autoatendimento e automação comercial.

"São soluções que têm potencial de entregar uma boa experiência para o cliente final e, ao mesmo tempo, reduzir custos operacionais."

Outra tendência é a integração do físico com o digital, ou seja, aquele conceito do “figital”. Isto é, usar o digital, como por exemplo o pagamento por aplicativos, no ambiente físico do bar. Neste modelo de negócio, o cliente usa um aplicativo para interagir, para comprar ou para fazer seu pedido. Já se vê bastante essa prática por aí, inclusive em grandes franquias.

 

Também vem surgindo a comunicação hiper personalizada, especialmente via aplicativos, como o WhatsApp e redes sociais. Não aquelas mensagens que você manda igual para todo mundo, mas campanhas direcionadas, que sejam relevantes.

 

Por exemplo, você sabe que aquele cliente gosta muito de determinado estilo de chopp. Logo, você consegue, através do WhatsApp, enviá-lo uma mensagem para dizer que aquele estilo chegou no seu bar. Hoje em dia já existem vários recursos para isso e com a Inteligência Artificial ficam cada vez mais precisos.

 

Mas, o mais importante é que você utilize de forma estratégica, como falei na primeira pergunta. Precisa ser relevante para aquele cliente e eficiente. A tecnologia tem um poder muito grande de entregar experiências personalizadas, mas precisam ser bem empregadas.

3. Como o autosserviço de chopp e as soluções da Beerpass podem ajudar a conquistar clientes?

Alexandre Beerpass: A experiência é uma das principais questões. É comum ficarmos com aquelas dúvidas: “será que eu vou gostar desse estilo? Qual eu quero consumir mais?” E o legal é que o autosserviço elimina essas barreiras, principalmente quando você trabalha com vários estilos de chope. Isso porque, com a solução, o cliente se serve do estilo que ele quiser, exatamente da quantidade que quiser. 

 

Outro atrito que o autosserviço consegue resolver é a questão do garçom. O cliente não precisa ficar ali tentando chamar atenção de um garçom ou ser notado. Ele já pode ir direto pegar o chopp e o pagamento já é computado ou registrado.

"Sem falar que, no final das contas, a interação direta com a torneira, acaba sendo uma experiência bem divertida."

Para além disso, também tem uma questão bastante interessante sobre fidelização. Quando o cliente entra no ecossistema da Beerpass, também trabalhamos com a comunicação. O aplicativo envia notificações de forma estratégica para relembrar os clientes a retornarem para o bar e utilizarem os créditos. Fora do aplicativo Beerpass, também é possível utilizar a comunicação pelo WhatsApp.

 

E o próprio autosserviço também fideliza por conta da antecipação de créditos. Afinal, se o cliente tem créditos no cartão ou no aplicativo, ele tende a voltar para o bar para utilizar.

4. Como você vê os desafios relacionados ao uso de tecnologia e do autosserviço, como a "desumanização" da marca ou a burocracia do cadastro do cliente?

Alexandre Beerpass: Estes são receios de alguns empreendedores, é um medo natural e compreensível. Mas com a popularização das tecnologias, vem se desmistificando. Até porque na prática acaba sendo bem diferente. 

 

Por exemplo, eu já tive um bar e sei como é complicado às vezes fechar equipe de freelancer no fim de semana. É comum fechar em cima da hora, inclusive. Daí vai trabalhar uma pessoa que não conhece sua cerveja, seu bar, muitas vezes sem treinamento e que vai entregar um atendimento ruim. Ou seja, não é isso que vai garantir um local humanizado e acolhedor, muito pelo contrário.

 

Também ocorre quando um funcionário é excelente, mas acaba sobrecarregado. Em vez de oferecer um bom atendimento, ele fica ocupado correndo de um lado para o outro, entregando chopes. 

 

Isso vai comprometer a qualidade do serviço, este funcionário não terá tempo para atender cada cliente com a atenção e cuidado necessários. 

"Sabemos como atendimento ruim pode ser um ponto decisivo para o cliente não voltar mais."

Por isso, acho que um dos grandes benefícios da tecnologia é a otimização do uso do pessoal. Isso permite que funcionários mais especializados se concentrem em tarefas realmente importantes. 

 

Por exemplo, eles podem explicar sobre as cervejas e interagir com os clientes, agregando valor à experiência. Eles também podem se concentrar em pedidos de cozinha, se for o caso, garantindo que não haja erros. 

 

Não se trata de eliminar totalmente a mão de obra! Mas sim de utilizar para melhorar a qualidade do serviço.

 

Já em relação aos cadastros, quando eu falo do autosserviço de chopp, há várias formas de resolver. Hoje, o cliente que utiliza o aplicativo pode entrar com logins sociais, que é quando entramos com nossa conta Google, Apple ou outras. Então você não precisa incluir mais nenhum dado, nem lembrar de outra senha. Facilita bastante.

5. Como a coleta e análise de dados através da tecnologia podem influenciar na tomada de decisões para conquistar clientes e retê-los?

Alexandre Beerpass: Atualmente, os dados são protagonistas e muito utilizados em grandes empresas. Com a popularização da tecnologia e seu desenvolvimento, conseguimos levar essas soluções também para empresas menores. Bares, restaurantes, microcervejarias, entre outros, podem se beneficiar do uso de softwares de gestão para captar e analisar dados.

"No contexto de bares e retenção de clientes, os dados permitem conhecer o comportamento do público."

Por exemplo, você pode entrar lá no sistema Beerpass e identificar exatamente o que seus clientes estão consumindo, quais estilos de cerveja eles preferem e quando eles costumam consumir. 

 

Isso possibilita a realização de ações direcionadas e baseadas em informações reais, em vez de suposições sobre o comportamento dos clientes.

 

Sem falar que, ao trabalhar com chopp, onde é possível oferecer um mix de produtos, em algum momento você vai precisar rotacionar estilos. Isso envolve introduzir um novo estilo de chopp e, posteriormente, substituir por outro, ajustando a oferta de acordo com as preferências do público. Compreender o que o seu público gosta é essencial para ajustar a taplist e garantir que as opções disponíveis sejam atrativas.

 

Essa compreensão pode ser decisiva para o futuro do negócio. Afinal, se você não tem os dados você pode acabar tomando decisões com base em percepções equivocadas. Até você entender o motivo dos resultados abaixo do esperado, pode ser tarde demais para o estabelecimento.

 

A Business Intelligence (BI), que são os painéis com os dados, responde além da primeira pergunta, que geralmente é "quanto estou lucrando?". Eles permitem aprofundar a análise, por exemplo, para entender quais produtos se destacam. 

 

Quais chopp têm mais saída? Será que você está ganhando mais com aquele que vende rápido? Ou com o que sai menos, mas tem um valor agregado maior?

 

É possível filtrar por torneira, por litro, por produto, por dia, por cliente, ou por tipo de consumidor. Você pode ver a lucratividade por barril, e entender qual barril que te deu mais lucro. Isso torna a análise muito mais interativa e rica.

6. Que tipo de feedback vocês têm recebido dos clientes que implementaram as soluções da Beerpass em seus estabelecimentos?

Alexandre Beerpass: A gente tem um feedback bem positivo. A parceria com nossos clientes é sempre muito interessante, tanto que nunca chegamos a perder um cliente para outro sistema de autosserviço. 

 

Outro fato legal é que o nosso primeiro cliente, quando começamos há seis anos atrás, ainda está com a gente. Então tudo isso nos orgulha bastante, mostra que estamos trabalhando pelo caminho certo. Focados em entregar bons resultados para os bares, restaurantes e cervejarias.

 

E claro, as pessoas que utilizam o autosserviço e criam um bar nessa proposta, elas realmente conseguem tirar vantagem da eficiência operacional, do controle e também da atração de clientes pela experiência que entrega. Então, a gente já ouviu muitos clientes elogiando a solução em si.

 

Trabalhamos também com um time de desenvolvimento muito ativo. Desde o começo a gente preza por escutar muito o que o cliente nos fala e implementar melhorias.

 

Essa troca com o cliente e com o mercado é muito proveitosa. Faz com que o produto esteja sempre evoluindo e resolvendo as demandas dos empreendedores.

7. Que conselhos você daria para um dono de bar ou restaurante que deseja modernizar seu negócio e conquistar clientes utilizando tecnologia?

Alexandre Beerpass: Olha, eu acho que tudo começa com pesquisa e planejamento. O empreendedor precisa conhecer o mercado. Pesquisar quais soluções estão disponíveis e quais fazem sentido para o seu modelo de negócio.

 

Tem muita empresa que entrega soluções e que podem aprimorar seu projeto. Tanto em relação à experiência quanto à eficiência operacional.

 

Pesquise e se aprofunde na sua própria operação. É fundamental entender a sua proposta, fazer um plano, saber para onde você quer ir e o que quer entregar. 

 

Também é importante focar na comunicação e no marketing para atrair os clientes e garantir a retenção. Embora o autosserviço, como o aplicativo, seja um recurso, você deve explorar outras ferramentas e estratégias para manter seus clientes engajados e garantir que eles voltem sempre.

 

Todo bar, restaurante ou similar precisa de constância. Não é uma sexta-feira movimentada que vai salvar o seu estabelecimento.

"O segredo está em trazer clientes todos os dias, seja uma segunda-feira com alguém, uma terça-feira com alguém, uma quarta-feira... Não dá pra depender de um único dia de faturamento para cobrir todas as despesas."

É aí que entram as soluções de marketing, comunicação, fidelização, atração e retenção de clientes. Isso vai além da automação. É preciso realmente pesquisar, conhecer o mercado, as soluções, as suas dores, entender o que está ‘pegando’, o que precisa melhorar.

 

Além disso, é essencial conhecer bem as soluções tecnológicas disponíveis e fazer uma triagem das empresas fornecedoras. Existem muitas opções por aí, algumas realmente boas e outras mais ‘engessadas’.

Então, vale a pena explorar, conversar com consultores e tirar todas as suas dúvidas.

 

Não hesite em entrar em contato com as empresas, entender como elas funcionam e aproveitar essa oportunidade para escolher as soluções que realmente vão agregar valor ao seu negócio.

Bárbara Siementkowski

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